A embriaguez mortífera do canto neoliberal da sereia pós-moderna capitalista
DOI:
https://doi.org/10.54025/clc.v4i3.65Palavras-chave:
História, Educação, Pós-modernidade e AnticapitalismoResumo
O texto A Embriaguez mortífera do canto neoliberal da sereia pós-moderna capitalista é fruto de minha fala no X Seminário Internacional de Luta contra o Neoliberalismo, com o tema: “A Crise do Capital: Guerra imperialista e Golpe neoliberal”. Dialeticamente analiso as contradições históricas da chamada pós-modernidade enquanto lógica cultural das relações sociais que os indivíduos estabelecem no modo de produção do capitalismo tardio. Parto da tese de que, articulado às peculiaridades da lógica capitalista, o discurso pós-moderno ao tempo em que relativiza a luta de classes, encantando e seduzindo como o canto das sereias narrados por Homero na Odisseia, dionisiacamente, embriagam negativamente as necessidades humanas para a reprodução da sociabilidade do Capital, ou seja, do individualismo e da exploração entre os seres humanos, fato este que concretamente pauperiza e potencializa o sofrimento de um sem fim de pessoas nas masmorras da miséria. Para tanto, a realidade é pintada ilusoriamente como se bem deseja, num jogo linguístico, estético e poético que seduz e aliena, transvalorando princípios sociais, morais, éticos, etc. Segundo os preceitos epistemológicos disso que o mercado capitalista tem vendido como novo, ou seja, o imperialismo ideológico pós-moderno, qualquer promessa de justiça social e emancipação humana é um projeto falido, a realidade é o que eu individuo digo ser real, a racionalidade, o cientificismo uma quimera que não se concretizaram. Conforme os apologistas da pós-modernidade, o real é o que digo ser real, minha ideia de real é que faz forma e significado, esta volta grosseira ao idealismo hegeliano, com uma escrita da história meramente descritiva e narrativa, com ênfase ao subjetivismo, torna ainda mais fragmentada qualquer possibilidade de organização, luta e resistência. Nesta linha de raciocínio, conhecer em seus pormenores as contradições da chamada pós-modernidade é importante para formar nossa consciência histórica acerca da necessidade da luta anticapitalista e de declaração de guerra à disseminação de uma praga teórica que assim como as ervas daninhas, se alastram, se capilarizam nefastamente na vida cotidiana. Estes aspectos são fundamentais para uma pesquisa engajada e comprometida com as necessárias transformações das mazelas sociais vigentes em nosso tempo.
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